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Ação do Outubro Rosa contou com palestra e roda de conversa

Ação do Outubro Rosa contou com palestra e roda de conversa


 
Todo ano, a campanha do Outubro Rosa reforça a importância do autocuidado entre mulheres para a detecção precoce do câncer de mama. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são contabilizados 181 casos por dia, 1.274 por semana, 5.523 por mês e 66.280 por ano. Além disso, os dados da entidade revelam que 16.1% das mortes por câncer em mulheres são de mama. Números que merecem atenção e, principalmente, a ida ao médico periodicamente.
 
Para dar mais atenção a data a Secretaria da Saúde organizou um encontro, na tarde da quarta-feira, dia 27 de outubro, no estacionamento do Centro de Saúde. Houve roda de conversa, apresentação cultural com Janete Lucca e Rafaela Trapp e palestra com o médico ginecologista das Unidades de Saúde de Imigrante, Dr. Mauro Rafael Engel.
A abertura foi realizada pela Secretária de Saúde e Assistência Social Jóice Cristina Horst, pela enfermeira Viviane Franz Stevens, pela Presidente do Legislativo Rejane B. Prediger e pelo Prefeito Germano Stevens.
 
Stevens lembrou que as ações de saúde preventiva já são realizadas há anos, inclusive lembrou de um caso que ocorreu quando foi Secretário de Saúde. “Se temos saúde, temos tudo, mas para isso precisamos parar e cuidarmos de nós mesmos, pois se uma doença é descoberta precocemente, a cura será mais fácil”.
A Secretária Jóice falou sobre a história e o significado do Outubro Rosa, e falou sobre os atendimentos em saúde da mulher que são realizados nas unidades de saúde, como atendimentos ginecológicos, a apalpação de mamas e os exames citopatológicos todos realizados sob gratuitamente sob agendamento.
 
Ao iniciar a palestra o Dr. Mauro destacou a importância do conhecimento do corpo para detectar alterações; “90% dos cânceres de mama são identificados pelas próprias mulheres que perceberam algum caroço ou alteração no formato dos seios. Podem ser pequenos nódulos que não e movem o seio, axila ou pescoço, o bico da mama com retratação (invertido) ou com secreção, pele da mama avermelhada ou com aspecto de ‘casca de laranja’. Conheçam a sua mama, façam o exame de toque, e qualquer alteração que você perceber, procure o posto para que possamos examinar e solicitar exames se necessário” destacou.
 
Sobre os exames de diagnóstico e preventivos, o médico disse que é recomendável que mulheres entre 50 a 69 anos, sem fatores de risco, façam a mamografia a cada dois anos. Os fatores de risco são obesidade, uso de hormônios, menstruação antes dos 12 anos, mulheres sem filhos ou que não amamentaram, uso de cigarro e álcool, e hereditário (quando há casos de câncer de mama na família antes dos 50 anos).
 
O médico também falou sobre o câncer de colo de útero que em 90% consequência do vírus HPV contraído sexualmente. Mulheres com vida sexual ativa devem fazer o exame citopatológico. Os sintomas do câncer são corrimento frequente, ardência só urinar e sangramentos.
 
Ao final o ginecologista mostrou como dever ser feito o autoexame. “O autoexame pode ser realizado quando a mulher se sentir confortável, como durante o banho, ou enquanto esteja deitada, e, pelo menos, cinco dias depois da menstruação. Examine a mama levantando braço esquerdo, colocando a mão atrás da cabeça e apalpe cuidadosamente a mama esquerda com a mão direita com movimentos circulares do bico para fora e de cima para baixo. Repetir estes passos para a mama do lado direito. Os dedos da mão devem estar juntos e esticados. Depois da palpação da mama, deve-se também pressionar os mamilos suavemente para observar se existe a saída de qualquer líquido” disse.
 
A atividade seguiu com a roda de conversa orientada pela Enfermeira Viviane, que trouxe as professoras Irmgard Diersmann e Analúcia Vuaden para falar sobre o diagnóstico e o tratamento da doença.
 
Irmgard foi diagnosticada em novembro de 2003, com 42 anos, com câncer de mama. Ela conta que sentiu o caroço no seio durante o banho. “Após os exames descobri que tinha um nódulo de 1,5cm, e até a cirurgia, em três meses, ele dobrou de tamanho. Foram semanas intermináveis até que comecei o tratamento. O mais difícil foi receber o diagnóstico. Eu estava sozinha quando a médica olhou para mim e disse que era câncer. Não quis contar nada para ninguém. Tentei segurar o problema só para mim, mas tive que contar porque naquela época o tratamento era realizado em Porto Alegre, e precisava do apoio da família. Passei pela cirurgia, fiz quimioterapia e radioterapia”.
Sobre deixar uma mensagem para as mulheres Irmgard mencionou a palavra: Fé. “Primeiramente quero falar sobre a prevenção, pois porque me examinei, descobri o meu câncer a tempo e pude me curar. E depois fé. A fé em Deus e a fé em você, que você é forte e vai passar por tudo isso e se curar”.
 
Analúcia disse que descobriu o câncer em julho de 2017, aos 50 anos. “Desde que sou professora, minha rotina no recesso em janeiro era fazer os exames preventivos. E assim o fiz em janeiro daquele ano fiz o check up, estava tudo ótimo, e em julho eu estava com câncer. Para mim foi uma dorzinha, um vermelhidão. Fui na minha médica e ela disse para não me preocupar, pois tinha feito os exames naquele ano, e a dor havia sumido. Mas eu insisti. Algo estava errado. E quando estava fazendo a ecografia de mamas, vi na tela as raízes do câncer. Eu já sabia o diagnóstico. Em 14 dias o câncer passou de 3,5cm para 7,5cm. Fiz a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia, e agora continuo em acompanhamento médico com medicação e exames. Como tive que tirar as ínguas, tenho problema de retenção de líquidos no braço, mas isso não é nada em comparação ao que poderia ter acontecido. Posso resumidamente falar que a minha insistência, e o acesso rápido aos exames e tratamento me salvaram”.
Sobre deixar uma mensagem para as mulheres Analúcia mencionou a palavra: Atenção. “Dê atenção ao seu corpo. O corpo da gente nos avisa quando algo está errado. Conheça o seu corpo para saber que alguma coisa mudou. E tenha muita fé, acredite na cura, ela é essencial nesse processo todo, que é difícil, mas é possível” finalizou.
 
Ao finalizar Viviane agradeceu a presença de Irmgard e Analúcia, destacando a sua coragem de dar o seu depoimento sobre um assunto tão difícil. “a presença de vocês tirando algumas dúvidas foi muito importante. E se podemos tirar um aprendizado foi que ambas se tocaram, perceberam que algo estava errado, e procuraram atendimento”. Após houve sorteio de brindes e um delicioso café.

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